Mulheres Extraordinárias – Marta Vieira

Esqueça Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. Quem ganhou mais vezes o prêmio de Melhor do Mundo da Fifa, a entidade mais alta do futebol, foi Marta, premiada de 2006 a 2011 e indicada doze vezes em treze anos, até 2017. Ela é a melhor jogadora da história do futebol feminino e a maior artilheira da Copa do Mundo de futebol feminino, além de maior artilheira da seleção brasileira, superando até mesmo Pelé.

Marta é a caçula de seis filhos e nasceu em Dois Riachos (AL), um município com pouco menos de 12 mil habitantes. Marta só foi para a escola com nove anos, porque não havia dinheiro nem para o material.

Em 2000, com apenas 14 anos, Marta foi para o Rio de Janeiro sozinha, contra a vontade da mãe, para tentar uma vaga em um time profissional. Foram três longos dias de viagem. Mas valeu arriscar. Ela conseguiu uma vaga no Vasco da Gama, onde jogou de 2000 a 2002, e disputou campeonato brasileiro. O time levantou a taça e ela foi eleita revelação. O clube acabou com o time feminino em seguida.

Em 2003, jogou o Mundial pela seleção adulta, nos Estados Unidos, mas o Brasil perdeu para a Suécia nas quartas por 2 a 1. De volta ao Brasil, foi chamada pelo time mineiro de Santa Cruz, onde ficou até 2004, quando surgiu a oportunidade de jogar no Umea IK, da Suécia. Mesmo longe e ganhando um salário muito aquém dos masculinos, ela foi capaz de dar à mãe uma casa própria.

Em 2009, Marta fez sua estreia na liga de futebol feminino dos Estados Unidos, jogando pelo Los Angeles Sol, e já nesse primeiro ano foi artilheira na liga e levou o time para a final. Então conquistou pelo Santos a Taça Libertadores e a Copa do Brasil. Depois disso, vieram outras participações no campeonato americano, primeiro pelo Golden Price, depois pelo Western New York Flash, somando duas vitórias na liga, outra vez como artilheira.

Marta voltou para Suécia em 2012, quando conquistou seu primeiro título pelo Tyresö FF. Depois de dois anos, assinou com o Resengard, vencendo mais dois campeonatos da liga e uma Supercopa, em 2015. Em 2017, passou a jogar pelo Orlando Pride.

Nesse meio-tempo, conquistou pela seleção brasileira a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2003 e 2007 e a medalha de prata nas Olímpiadas de 2004 e 2008, além do segundo lugar no Mundial de 2007.

Em 2010, foi nomeada embaixadora da Boa Vontade pela ONU, ao lado da modelo Gisele Bündchen e a rainha Rania, da Jordânia, se comprometendo a atuar no combate à pobreza e, em especial, dar força à emancipação feminina.

Texto retirado do livro Extraordinárias Mulheres que Revolucionaram o Brasil.

1 Comentário

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*